Por Pablo González (traduçom do galizalivre)  /

O que aconteceu na quinta-feira passada antes do jogo da Liga Europeia entre Athletic Bilbao e Spartak Moscovo foi bobagem. Um absurdo para a forma como foi criado o ambiente que levou ao que aconteceu e um tolo para o comportamento subseqüente de alguns.

Eu estava em Moscovo com alguns amigos. Nós fomos ver a primeira partida do empate entre Athletic e Spartak, realmente fomos visitar a cidade com a desculpa do jogo, mas isso nem muda muito. A realidade era que nos receberam de forma completamente normal. A cidade até nos ignorou. E, a caminho do estádio, e no campo em si, mais do mesmo aconteceu.

Ninguém nos tratou mal, nem mesmo houve um mau gesto depois de perder a equipe local.

Entom, quando voltei, parecia-me, bem, parecia-nos, que era um tremendo exagero o que estava em andamento com os supostos ultras russos que quase por milhares estavam chegando a Bilbo.

Automaticamente, certos meios de comunicaçom exploraram esse tópico ad nauseam. Eles encontraram fotos do estranhos ultras do Spartak, que os tem, é algo que ninguém discute sobre o que cumpre lembrarmos , é a equipe mais popular na Rússia. E levantaram histórias para nom dormir por toda a internet, sem ir além da superfície da cousa. Sem entender quem som, por que e como elesé que atuam. Nom, nada disso, manchete chamativo, quatro generalidades e leitores fáceis.

Se entendemos o jornalismo como o quarto poder por trás do poder executivo, o poder legislativo e o poder judicial, também devemos entender que todo poder implica umha responsabilidade. Informe com sinceridade, medindo e tendo em conta as conseqüências que podem ocorrer. Isso foi feito quando umha onda de pânico foi criada por mor de fãs russos? É claro que nom. Entom, várias associações, com umha boa intençom, eu suponho, convocaram as suas bases para confrontar aqueles que consideram umha ameaça fascista para as nossas cidades.

Ou seja, aumentando a tensom. Durante a marcha, os nossos antifascistas repreenderam os cidadãos russos que estavam lá. Eram mesmo cabeças rapadas, carregavam a simbologia nazista ou similar? Nom, eles eram apenas russos. E por que esse comportamento logo? É claro que, porque os meios de comunicaçom lhes explicaram que som nazistas, fascistas, radicais. Eles nom receberam o suficiente para pensarem por si mesmos, é umha dessas poucas explicações que permanecem.

Com tudo isso , eis que fum ao jogo na quinta-feira, mas decidi antes aproximar e ver a concentraçom do Spartak em Moyua. Depois de se concentrarem lá, eles foram pela Gran Vía até o Sagrado Coraçom, depois subiram Sabino Arana para torcerem deica Serrate e chegarem ao estádio. Todo era completamente normal. Eles cantaram as suas músicas, gritaram seus slogans típicos, nada ofensivo para os outros, e absolutamente nada de natureza fascista ou similar. Acompanhei a marcha tirando fotos e vídeos. Em Sabino Arana e antes de ir ao estádio, comecei com isso ao vivo.

Para aqueles que nem quiserem ver isso, eu resumim um pouco.

O lério era totalmente normal e nom houve incidentes. Mas ao chegar na esplanada em frente ao estádio, começaram a arrebolar lhes copos e garrafas de onde os fãs locais estavam. Nesses balbordos, umha parte minima dos apoiantes locais participaram, mas eles tiveram a vantagem, os russos tiveram pouco com que respostar lhes. De lá, todo foi crescendo. Os recipientes do lixo foram derrubados, foram lhes lançados foguetes. Todos vieram do mesmo lado.

O Spartak nem foi intimidado e luitou quando conseguiram quebrar o cordom policial entre o estádio , a escola de engenharia e o edifício da UPV.

No meio do vídeo, a partir do minuto 6 é a sequencia do agente falecido.

Entom eu fui ao futebol e vim como quase amarramos a eliminatoria. Má temporada em desportes, mas isso é o mínimo já agora. Minha surpresa foi enorme quando cheguei na casa e vim a notícia, e como essas notícias continuaram no dia seguinte. Os titulares demoraram várias horas a começar a refletir minimamente a realidade.

Muitos ainda falando sobre radicais russos, que o mundial está seica em perigo, etc.

O que eles fazem polo desejo de venderem manchetes ou espalhar umha certa visom, sim, manipulada.

A manipulaçom da mídia está crescendo, o que aconteceu é um exemplo claro.

E que nós mesmos temos problemas suficientes com questões como a violência relacionada ao futebol. Nós colocamos os rótulos de umha forma muito simples para os outros, com a mesma simplicidade com a qual nem logo gostamos que nos chatem e rotulem quando saímos fora.

*Publicado em Naiz.