Por José Manuel Lopes Gomes /
Economistas do regime falam de ‘efeito chamada’ para se explicarem a aterragem na Galiza de transnacionais da biomassa. Se o governo bipartido abrira timidamente a porta a este sector energético há justo umha década -mantendo certas restriçons ambientais-, a extrema direita vem de abrir a porta às formas mais agressivas de empobrecimento do monte. A derrogaçom do decreto 149/2008 permite Greenalia Biomass Power instalar-se em Teixeiro sem restriçons.
Em 2008, os promotores da aterragem da biomassa na Galiza pensavam, com certa ingenuidade, na possibilidade das factorias alimentarem-se apenas da biomassa da contorna, e daí a limitaçom à sua potência produtiva ; nom contárom com que a voracidade empresarial pode com os controlos políticos, e mais ainda quando, dez anos depois, é o conglomerado de caciquismo e delinquência organizada o que governa a Junta da Galiza.
Por mor das modificaçons legais aprovadas polo PP, desde 2017 as centrais de biomassa na Galiza nom terám limite nenhum de potência. O projecto previsto para Cúrtis, que quintuplicava o permitido pola antiga lei, tem daquela as portas abertas. De se activar finalmente a planta, esta funcionará como umha devoradora de madeira de crescimento rápido : nem mais nem menos que 1566 toneladas por dia ; situa-se no noroeste da Galiza, umha área fortemente eucaliptizada, e aliás acarom da A-6, pola que circulariam os cargamentos de madeira. Para além disso, umha planta desse tamanho precisaria 30 kilómetros da contorna adicados ao monocultivo energético.
Denúncia social.
A associaçom ambientalista ADEGA volveu a assinalar que a Junta esquivou o debate sectorial para lançar o seu projecto, e apontou que o modelo de biomassa está a recebir críticas muito fundamentadas polo ambientalismo e a própria comunidade científica. A organizaçom vencelha o plano aos interesses de ENCE e assegura que, de se aprovar, levaria ‘a umha nova vaga eucaliptizadora’.
Perspectivas.
Em funçom do poderio do movimento popular nos vindouros lustros, decidirá-se o modelo produtivo que reinará nos montes galegos ; o risco é realmente grande, segundo analisam todas as fontes autorizadas, pois enfrentamo-nos a um horizonte de grandes proprietários florestais num território baleirado de populaçom, com solos progressivamente empobrecidos e submetidos a incêndios periódicos para alimentar a biomassa. A luita em defesa da Terra tem um reto iminente a enfrentar.