Por Jorge Paços /
Quatro colectivos ambientalistas venhem de unir as suas forças no occidente do País para fazer frente à ameaça que paira sobre umha das nossas comarcas mais emblemáticas. Trata-se de Salvemos Cabana, Petom do Lobo, Cova Crea e Oureol de Anlhons, que argalham resposta em forma de recurso contencioso-administrativo contra o plano de depredaçom ambiental baixo a coartada das ‘energias renováveis’.
A Lei 5/2017, popularmente conhecida como ‘Lei de Depredaçom da Galiza’, pugera milhares de pessoas nas ruas de Compostela no passado Outono. Denunciava-se a ameaça de expansom empresarial desmesurada num agro desertificado, e as piores previsons nom demorárom em cumprir-se. O PP continua a tirar proveito do seu rodete parlamentário para a aprovaçom que causam grande controvérsia popular. O mais recente, o que deu luz verde a mais seis parques eólicos nos montes galegos.
Resposta na Costa da Morte.
Baixo a imprecisa etiqueta do ‘especial interesse’, a Junta estça a tramitar com carácter de urgência os projectos das suas empresas amigas, reduzindo à metade os prazos precisos em todos os passos do procedimento ; deste modo, também o povo organizado tem que agir com muita maior rapidez para tentar bloquear os projectos nos tribunais.
As associaçons antes ditas manifestam que por enquanto a cidadania da comarca desconhece os ‘alegados benefícios industriais, sociais ou territoriais’ da proposta do PP, polo que exigem direito à informaçom pública para esta ser valorizada.
Os projectos eólicos de Mourinhos e Pena Forcada-Catasol II afectam a parte da vizinhança de Cabana e Laxe, mas apesar disso, esta desconhece os supostos interesses estratégicos que o PP apregoa para evitar qualquer debate popular. Eis a base do recurso apresentado polo associativismo de base.
A questom de fundo.
E para além do nulo ganho das comunidades locais com os parques eólicos, a pergunta de fundo permanece sem se formular na imprensa empresarial : som estes projectos de ‘energia verde’ os que nos salvarám do colapso que pode chegar com o fim do petróleo e o carvom ? A resposta foi dada -e convenientemente silenciada nos meios do poder- por consumados especialistas na Galiza. Num informe realizado polo economista Xoán Ramón Doldán para Véspera de Nada (2009), o professor afirmava que ‘ainda nos anos 2005-2006 entre o 90 e o 70% da energia consumida na Galiza procedia de combustíveis fósseis’. E apesar do cacarejado ‘futuro verde’ da energia baseada nos moinhos de vento, ‘o seu crescimento nom compensará nem a desapariçom do carvom autóctone nem os aumentos previstos da procura interna (…) amortecerá levemente o aumento da dependência energética, mas nom evitará a esta ser maior’. Em definitiva, X.R. Doldán desmentia qualquer plano autóctone para preparar a Galiza para umha transiçom do fossilismo, e concluía que tais projectos estavam rumados à exportaçom : ‘a capacidade para gerar electricidade com fontes renováveis apenas cobre a destinada à exportaçom’.
Para os poucos pensadores independentes nesta matéria, o potencial galego para desenvolver energias verdes devesse ir dirigido a solucionar a dependência galega da importaçom de carvom das grandes térmicas, e nom a pular por actividades ‘manifestamente ineficientes em termos energéticos’. A promoçom de redes locais relativamente auto-suficientes, e a descida drástica do consumo industrial e familiar som a verdadeira chave das nozes dumha alternativa que segue a ser ignorada pola ideologia dominante.