Por BoroLH /
Pois pensando-o bem igual nom é a liberdade de expressom o que se está a perseguir no Estado Espanhol…
Levamos anos denunciando a crescente escalada repressiva no Estado Espanhol, e vimos denunciando a perda de liberdade de expressom nos últimos anos, mas… e se nos estamos a enganar e o que se derrogou nom é a liberdade de expressom? E se nom é o artigo 20 da Constituiçom espanhola o que se passam polo forro governo, juízes, fiscais e polícia?
Como vai estar perseguida a liberdade de expressom se grupos nazis podem ameaçar ou gabar-se dos ataques a diferentes locais ou monumentos e aqui nom passa rem? Como os simpáticos fascistas de ‘Falange Vasco Navarra’, dos quais o chefe territorial, José Ignacio Irusta Sánchez, “El barbas”, foi um dos detidos e posteriormente condenado naquela ‘Operación Quimera’ , que desarticulou o grupúsculo fascista “Falange y Tradición”. A dia de hoje, desde há meses já vemos como estes rapazolos patriotas se enchem de pôr endereços de locais ou pessoas do movimento popular, da esquerda abertzale… Locais que depois som atacados, aparecem com pintadas, desperfeitos vários… mas aqui nom se passa rem. Liberdade de expressom e de agressom abofé!
Nom. Si que há liberdade para desejar-lhe a morte ao filho de Gabriel Rufián, para ameaçar a Iñigo Errejón, si dizer cousas como “Rojos de uno en uno al paredón” ou animar a “llevar bates” ou a “pisarles la cabeza a los perroflautas” e “progremistas”, isso nom constitui um delito de ódio para o Ministério Fiscal, senom simples “tonterías”, é porque existe umha liberdade de expressom brutal.
Sim. BRUTAL.
Se se pode ameaçar de morte a família de Rodrigo Lanza e aqui nom se passa rem é que no Estado Espanhol podes dizer o que quigeres.
Nom. Estamos a ficar na ponta do icebergue, só estamos a ver a liberdade de expressom, esse artigo 20 da sacrosanta e inamovível Constituiçom Espanhola que, como os dez mandamentos, foi baixada do mesmíssimo céu por Deus em pessoa e apoiada polo entusiasmado povo no referendo constitucional, sem nengum ruído de sabres de fundo e sem pressom nengumha. E decerto que sem nengumha discrepância sobre questons como a continuidade da monarquia ou o direito de autodeterminaçom. Faltaria mais.
Que as árvores nom nos impidam ver o bosque. O que se derrogou nom é a liberdade de expressom, o que se derrogou nom é o artigo 20, senom o 16, que é o que regula a liberdade ideológica. Concretamente derrogárom-se várias ideologias, entre as que poderíamos citar o anti-fascismo, o independentismo, o comunismo, o anarquismo, ou simplesmente as expressons de raiva e auto-organizaçom popular que de repente ponhem patas arriba as ruas de Gamonal, ou de Sants ou de Múrcia. Os que param despejos porque nom querem ver as suas vizinhas e vizinhos com as suas famílias na rua pola cobiça duns bancos ou inmobiliárias ou um mercado caníbal que pisoteia as pessoas em procura de mais benefícios. Os que “participam de greves gerais ou em referendos ilegais, ou… tantas e tantos outros.
Assim que, o importante nom é que a extrema direita ameace nas redes sociais ou agrida nas ruas de Valência, ou de Madrid, ou de Málaga, ou de Múrcia. Nom. O importante é que ponha eu um twitt. Ou que o ponha Andeka, ou Alfredo, ou Kaiet, ou Karmele, ou Ibai, ou Cassandra, ou Strawberry ou… senom começamos a fazer algo entre todas e todos, manhá tu mesma podes ser outro nome mais nesta listagem.
O importante nom é que se lhes rebaixem as condenas a neonazis agressores e armados para evitar que entrem em prisom. Nom. O importante é que os Mestres cataláns falem nas suas aulas do 1 de Outubro. Que se crem?
O importante nom é que a Fundaçom Francisco Franco continue fazendo apologia do fascismo subvencionada com dinheiro público. Nom. O importante é que Valtonyc faga umha cançom, ou Pablo Hasel, ou os da Insurgencia, ou… quem será o seguinte? Fagam apostas.
Com isto do que é importante e o que nom o é, véu-me à cabeça isso do duplopensar do romance de Orwell, 1984. E constato que é estarrecedor, o futuro está aqui há umhas quantas décadas.
Hoje julgam a Pablo Hasel e a Kaiet Prieto na Audiência Nacional em dous novos juízos da vergonha, ou melhor dito, dos sem-vergonhas que crem que só os da sua ideologia tenhem direito a opinar. E é que, eu ao menos nom estou a pedir que cale ninguém. A ninguém. Ao fascismo havemo-lo derrotar com argumentos, com a força da razom contra a razom da força. Mas vale já de duplo raseiro. Até aqui chegamos.
Digamo-lo claro: NO ESTADO ESPANHOL O QUE SE DERROGOU É A LIBERDADE IDEOLÓGICA.