Por Ana Macinheira /
A chamada “Operaçom Pinhata” foi mais umha das lançadas recentemente polo Estado espanhol contra os seus oponhentes ideológicos, num ciclo curto que tivo a sua aplicaçom galega nas operaçons “Jaro I” e “Jaro II”. O seu arquivamento evidencia agora nulo garantismo judicial, e traz à tona um sentido político nada inocente.
Em Março de 2015 eram detidas 38 pessoas no Estado Espanhol na chamada “Operaçom Pinhata”, ordenada polo julgado de instrucçom número 6 da Audiência Nacional, e que se saldou com 11 pessoas acusadas de usurpaçom, 14 acusadas de desobediência e 13 de pertença a “organizaçom criminal com fins terroristas”. A Polícia Nacional afirmava que pertenciam aos Grupos Anarquistas Coordinados (GAC).
“Operaçom Pandora”
Meses antes detinham a outras 28 pessoas noutro grande operativo policial contra o movimento anarquista, nomeado como “Operaçom Pandora”, que se desenvolveu em duas fases. Numha primeira foram detidas 10 pessoas das quais 7 forom encarceradas. Na segunda fase fôrom detidas 9 pessoas acusadas também de “pertençaa a organizaçom terrorista” e foi encarcerada umha delas.
Durante as detençons registárom-se Centros Sociais e Ateneus Libertários, aliás dos domicílios particulares das pessoas detidas.
Prisom e dispersom
Várias das pessoas detidas nas duas operaçons forom encarceradas, aplicando-lhes a prisom preventiva, o régime FIES e a dispersom penitenciária; mais umha vez o aparato repressor do Estado carregava como melhor sabe contra o que considera “dissidentes políticos”.
Arquivamento das operaçons
O auto do julgado sinala que a procuradoria solicitou o sobresseimento ao nom constar mais acusaçons na causa. “Aledamo-nos imenso pola decisom judicial, e nomeadamente polas pessoas investigadas, que nom tenhem já sobre as suas cabeças a espada de Damocles da Audiência Nacional, mas estamos preocupados porque se usou ao movimento anarquista como alvo de umha operaçom policial, o que depois os tribunais nom convalidárom”, afirmaba Eduardo Gómez, advogado dos acusados na “Operaçom Pinhata” ao meio El salto.
A segunda fase da Operaçom Pandora já fora arquivada também em junho de 2016, pois segundo a própria Audiência Nacional só se provou a militância das pessoas detidas em coletivos anarquistas mas nom havia nem sequer indicios de que tiveram participado na comissom de algum delito.
Na Galiza, Operaçons “Jaro” como ameaça permanente.
Embora a visom superficial nos pudera levar à simples congratulaçom polo fim da ameaça directa contra este conjunto de activistas, a realidade tem maior fondura. As operaçons-assalto contra organizaçons e pessoas de ideologia dissidente, que tam bem conhecemos na Galiza patenteiam, antes do mais, a impunidade dos corpos policiais para pôr no seu ponto de mira qualquer colectivo resistente, e para executar atropelos com violência, independentemente do posterior procedimento judicial. Da mesma maneira, trazem à tona a absoluta fusom da imprensa empresarial com o regime, pois tais operaçons som secundadas por um aparelho de propaganda e difamaçom contra as detidas onde nom existe direito a réplica.
O exemplo galego mais recente temo-lo em 2015, na primeira fase da “Operaçom Jaro” contra umha dúzia de militantes de Causa Galiza, e no passado 2017, na segunda, quando a guarda civil detinha três activistas de Ceivar. O cerco social e policial posto contra a militáncia pública e legal, à margem de existir posterior puniçom judicial, é o verdadeiro objectivo perseguido polo Estado. A falta de argumentos sólidos de Espanha na Galiza, cada vez mais notável, suple-se com estratégias de medo e fomento da inibiçom cara a vida privada.