Por José Manuel Lopes Gomes /
A Insumisa cumpriu pouco mais dum ano de vida e a ameaça do despexo já paira sobre este projecto de auto-gestom. Decorria Novembro de 2016 quando activistas de movimentos populares da Corunha começavam a reabilitarem e a darem uso a umha bolorenta instalaçom do exército espanhol, a comandáncia de obras. A sorte que poderia correr a Insumisa é a que o poder normalmente reserva para aquelas iniciativas que sobrevivem à margem do mercado e de todas as malhas de favores e contra-favores da burocracia política : a desapariçom. O elemento novidoso, porém, é que este centro social sobrevive numha cidade governada pola esquerda, umha esquerda que visa a integraçom do projecto nas lógicas da representaçom.
Apoios plurais
Um amplo leque de locais comerciais e de lazer da cidade venhem de editar um manifesto conjunto em defesa d’A Insumisa, esclarecendo a sua vontade de colaboraçom com o projecto, e deixando claro que « nom vem nele nem concorrência nem perigo para a sua actividade » profissional. O documento fai reconto das múltiplas actividades desenvolvidas neste prédio, resgatado para uso popular, em apenas catorze meses de intensa implicaçom ; chama a populaçom a participar e defender « umha ruína convertida num centro de decisons e criatividade aberto, público », e a desenvolver a capacidade de tomar decisons à margem das instituiçons que forem.
Coptaçom ou resistência.
Segundo analisava um centro social irmao d’A Insumisa nas páginas de El Salto, A Comuna, o caso que enfrentamos « é de manual ». Segundo afirmam, « ninguém se tem interessado polo prédio que ocupa o CSOA até que se lhe devolveu a vida ». Ciente da popularidade de iniciativas como estas em segmentos da populaçom, agora o Concelho, em maos de Em Marea, pretende substituir a dinámica assemblear e independente d’A Insumisa por um projecto associativo controlado desde o poder político ; pois o local cedido que o Concelho oferece minaria por baixo toda autonomia que este espaço okupa pratica.
Resposta e manifestaçom.
O próprio CSOA tem respostado ao caramelo envenenado do Concelho nas páginas do seu vozeiro, com a ilustrativa legenda « A Insumisa nom se merca ». Segundo analisam os e as activistas, na divisória que o poder político pretende estabelecer entre « okupas boas e okupas más », estes situariam-se sem hesitaçons no segundo campo : pois nom pretendem nenhumha relaçom, nem directa nem indirecta, com os gestores do Concelho, o que passa pola nom aceitaçom de qualquer um local cedido.
Com o intuito de popularizar esta posiçom, e ante a ameaça cada vez mais cercana do despexo, A Insumisa chama a umha manifestaçom na Corunha no vindouro Sábado 10 de Fevereiro às 20h do serao no Obelisco.