Por Antia Seoane /

“Se paramos todas, paramos todo”, esta é a legenda que as organizaçons feministas galegas escolheram para a greve que estám a organizar para o dia Dia Internacional das Mulheres deste ano.

Se o movimento feminista galego está a fortalecer-se notavelmente nos últimos anos e as mobilizaçons do 8 de Março eram cada ediçom mais numerosas, este ano quer ir um passo mais longe e convoca umha greve feminista mas nom apenas umha greve laboral. Querem que o paro seja em muitos mais âmbitos e esferas da vida cotia além do plano laboral, chegando aos cuidados, ao consumo, à vida estudantil e associativa.

Os motivos

As organizadoras salientam vários dos eixos que as levaram a tomar a decisom de convocar esta greve: a violência machista, os corpos, as fronteiros e a economia.

O rejeitamento de qualquer tipo de violência sexista já que se trata dumha forma de dominaçom. Retomar o controle de vida sexual e reprodutiva para que deixe de ser um instrumento do patriarcado para someter os corpos e as vidas de mulheres, lésbicas e trans. Luitar contra cada forma de machismo nas suas interseçons com outros sistemas de poder como o racismo e o capitalismo que estrutura hierarquias que pretendem distinguir entre imigrantes e cidadás, e gerar alianças que desafiam as divisons binárias e fictícias entre “nós” e “a outra”. Defender umhas vidas dignas, onde todas as pessoas podam aceder aos recursos para cobrir as necessidades em termos de igualdade e sustentabilidade ambiental.

Umha greve transversal

Alem do plano laboral, as organizadoras querem que a greve alcance mais esferas da vida. Proponhem umha greve de cuidados para demostrar que o sistema económico entraria em colapso sem o trabalho diário de cuidados que fam as mulheres. Um trabalho invisível e desvalorizado enquanto o sistema depende desta apropriaçom dos cuidados que realizam as mulheres. Mas por outro lado, também reclamam da sua necessidade para todas as pessoas compreendam a sua importância vital e se torne numha responsabilidade social, compartilhada e redistribuída.

Umha greve de consumo. Querem parar de consumir, parar o comercio, que nom haja consumidoras.

Umha greve estudantil. Querem parar as escolas, institutos e universidades porque o sistema educacional em todos os seus estágios é o principal espaço de socializaçom em que se reproduz o sistema capitalista e patriarcal e está longe de ser um espaço no qual se poda crescer em equidade e igualdade social. É neste âmbito onde se constroem os roles de género, os estereótipos e o amor romântico heterossexual como o único modelo de relaçom afetivo-sexual, em centros que estám infestados de atitudes LGTBIfóbicas.

A organizaçom

Para trabalhar na preparaçom da greve estám a celebrar-se juntanças abertas em diferentes comarcas do País nas que se podem participar. Para obter esta informaçom poder consultar as redes sociais do coletivo .

Um chamada aos homens

Também realizam umha chamada a todos os homens aliados e solidários com a causa da igualdade a participarem apoiando a greve dum segundo plano, desempenhando as tarefas do lar, cuidados e outros trabalhos que as mulheres geralmente carregam; acompanhando, sem protagonismos, as acçons que que sucedam o 8 de Março.