Por elterritoriodellince (traduçom do galizalivre) /

Estava a argalhar o prometido sobre o Irám quando, mais umha vez, alguém se mexe para preparar o inevitável: a Alemanha vem de anunciar que agrega o yuan ou renmibi às suas reservas de divisas. É o primeiro país europeu, e nom qualquer um, que segue os passos que deu no passado Dezembro o Banco Central Europeu para incluir a moeda chinesa no seu leque de divisas. Logo, doravante, e sem se ter especificada a percentagem certa, a Alemanha soma-se a um carro que vai arrastar o resto de países europeus. Nom podemos desbotar um vindouro movimento da França.

Até o de agora, os países da esmorecente Europa apenas tinham duas moedas alheias ao euro: o dólar e o yen japonês na sua oferta de divisas. Após o passo que vem de dar a Alemanha, o resto irá em enxurrada, e reflecte o papel crescente da moeda chinesa no sistema financeiro mundial, e o devalar das outras, o que corre paralelo ao devalar da hegemonia occidental.

A Alemanha fai este anúncio dous dias antes do lançamento do petro-yuan (…)

E para ajudar o petro-yuan, a China vem de dar outra pancada aos USA: a sua agência de qualificaçom creditícia, Danong, da que nom ouvistes falar por nom ser occidental (tipo Standard and Poor’s, Morgan Stanley, Fitch, Moody’s e semelhantes) nom interessa nenhum occidental, vem de rebaixar a qualificaçom soberana dos USA; isto é, enfraquece sem ambages a base de pagamento que os USA tenhem com a China, o que abespinhou Trump, que o qualificou num dos seus chios como «inaceitável». Quer dizer, seguimos na mesma. Se o fixessem os piratas occidentais com os outros países é o justo, ao contrário nom.

Mas a China e a China, e na sua baixada de qualificaçom dos USA tem dito que «a crescente dependência dos USA da dívida externa erode a sua solvência». A dívida dos USA é de 20 bilhons de dólares.

Portanto, e se simplificarmos um bocado, a China situa os USA ao mesmo nível que o Peru ou a Colômbia na sua qualificaçom de solvência financeira de países, por darmos um exemplo.

A guerra está aberta e havemos ver como nos dias por vir estas agências vam contra-atacar com algumha cousa semelhante, ou bem a afirmarem que os USA som o mais e o melhor. De nom o fazerem desse jeito, é que a febleza dos USA se patenteia, mais umha vez.

Voltando à Europa, há mais movimentos que apontam físgoas face a vassalagem tradicional europeu face Estados Unidos. É o que tem o Inverno, que fai frio, e a Europa nom tem outro modo de se quecer que o gas…russo. A Alemanha continua para a frente com a construçom do gasoduto Corrente do Norte 2, e envolveu umha companhia norueguesa na sua construçom. O interessante do caso é que esta companhia é mixta, pública e privada, polo que o estado norueguês é um outro país que se soma à sua construçom, embora indirectamente.

A Noruega tem gas, mas nom nas cantidades da Rússia, e portanto, nom pode fornecer o que precisa a Europa. Logo a participaçom norueguesa neste oleoducto, que nom querem os mais dos países para «nom dependerem da Rússia», deixa fora de jogo os russófobos europeus liderados pola Polónia, a Suécia e a Dinamarca.

Os USA estám a pular por novas sançons contra a Rússia para empecerem essa construçom, incluindo a possibilidade de se poder sancionar aliás as empresas que participarem nela. Isso pom a esmorecente UE numha tessitura clara: ou com os USA ou contra ele, embora for só um chisco. Esse chisco já se viu na posiçom francesa, ao se opor às sançons contra o Irám polos protestos, e ao afirmar que o pacto nuclear funciona, contra o que diz Trump.

E podedes rir, mas até mesmo a Ucraína tivo que reprimir a sua histéria anti-russa e tivo que suprimiri a proibiçom de mercar carvom aos russos para amortecer o frio neste Inverno. Por quê? Pois porque a situaçom é tam dramática que em Odessa, por exemplo, a universidade houvo de suspender o curso até o 26 de Março, isto é, durante todo o Inverno, «ante a impossibilidade de aquecer as salas de aulas».

Em conclusom, eis os dous ganhadores claros: a China e a Rússia. Se a UE torna à sua vassalagem tradicional muitos países voltarám a ver que só a China e a Rússia som referentes da nova orde geo-política que está a xurdir. Se a UE fai um pequeno aceno de rebeldia, a tam apregoada «unidade occidental» escorrerá pola água abaixo, e a China e a Rússia só devem seguir foçando para ampliarem a físgoa.

Cada vez é mais inevitável a decadência occidental, e os movimentos que estamos a ver vam preparando-se para tal cousa.

*Publicado em el territorio del lince com o título “Hacia lo inevitable”.