Por Antia Seoane /
A Galiza pode superar no ano 2017 a cifra dos cinco milhons de turistas pola vez primeira. Segundo os dados oficiais, no ano 2016 já se superaram os 4,9 milhons de visitas, e com os dados atualizados a 1 de Novembro de 2017, a cifra já era superior a 4,6 milhons de visitantes o que faz pensar que se superará o limiar dos 5 milhons. A chave para alcançar esta cifra é o grande aumento de visitas nos meses fora da época turística, é dizer, todos com excepçom de Abril, Julho, Agosto e Dezembro, nos que os números eram já mui elevados.
A Junta gaba-se e já se puxo como objetivo chegar aos 6 milhons para o ano 2020 mentres que o sector turístico galego está a esfregar-se as mãos. Por declaraçons do presidente do clúster de turismo de Galiza, o setor acredita que este é o momento de aumentar os preços já que, ainda que aumentou, ainda som um 35 % mais baixos que a média estatal.
Modelo económico ruinoso
Se a nossa Terra escapou durante muito tempo ao castigo do turismo massivo que arrasou com a costa mediterrânea do Estado Espanhol, em grande medida graças ao clima e às deficientes comunicaçons que uniam Galiza com a meseta, a partir da década dos 90 e com o boom do ‘Caminho de Santiago’ também começou a sofrer as bondades do sector.
A administraçom optou por liquidar o sector primário e o sector industrial potenciando a terciarizaçom da economia. Trata-se dum modelo económico baseado no sector turístico, próprio de paises do terceiro mundo, que tem um impacto ambiental mui negativo: degradaçom das costas e áreas naturais devido ao excesso da presença humana (lembre-se os excessos das empresas navieras que transportam turistas às ilhas atlânticas), poluiçom de recursos naturais, geraçom de resíduos e um forte impacto em todo o território.
Além dos problemas ambientais, o sector também é responsável pola sobreexploraçom e a precariedade para os trabalhadores e trabalhadoras, com jornadas intermináveis e baixos salários.
A inflaçom dos preços em áreas turísticas é outra das consequências. Todo se torna mais caro desde o lazer até o transporte, mas onde afecta especialmente é a vivenda, a qual atinge preços insuportáveis para a populaçom local, devido à aparência maciça de apartamentos de uso turístico.
A gentrificaçom selvagem de determinados bairros, que expulsa os habitantes e o comércio tradicional junto com a expropriaçom de espaços públicos invadidos por enxurradas de turistas tornam irreconhecíveis muitas das vilas e cidades galegas em apenas duas décadas.
Denúncias premonitórias.
A denúncia da monocultura turística é hoje um discurso comumente aceite, e relativamente assentado mesmo na esquerda institucional. Cumpriria lembrar que há mais de quinze anos, quando o turismo era considerado o bezerro de ouro, houvo já sectores que, com afouteza e em solitário, se lançárom a campanhas anti-turistificadoras, caso de organizaçons independentistas como AMI ou NÓS-UP. Na altura, as suas prediçons eram riscadas de exageradas e catastrofistas.