Por James Reinl-Middle East Eye (traduçom do galizalivre) /

O esperado anúncio de Donald Trump de mover a embaixada norteamericana em Israel para Jerusalém foi aginha respostada com furor; especialistas em Oriente Meio e líderes políticos advertírom do rexurdimento da Intifada e do colapso dos esforços de paz palestiniano-israelis.

Isto exige respondermos umha pergunta: por quê se anuncia o deslocamento? Trump tem exprimido o desejo dum “acordo final” entre palestinianos e israelis, mas deslocar a embaixada poderia provavelmente mostrar que Washington é incapaz de jogar um papel honesto nas futuras conversas de paz.

No entanto, Trump tem escuitado as advertências dos líderes árabes e europeus, caso do dirigente comunitário António Guterres, ou dos seus próprios assessores no Departamento de Estado. A mensagem é clara: a mudança da embaixada iria rachar décadas da política estadounidense na regiom, além de alimentar a inestabilidade no Oriente Meio.

Mesmo a opiniom pública norteamericana rejeita a ideia. Um inquérito recente do Brookings Institution, um “think-tank”, amossa que o 63% dos e das norteamericanas se opom ao deslocamento, face um um 31% que o apoia. Som os democratas quem com maior pulo rejeitam o deslocamento, enquanto os republicanos estám praticamente partidos à metade sobre esta controvérsia.

Para resolvermos o enigma da tam antecipada viragem política de Trump, que se iria concretizar na passada Quinta, Middle East Eye perguntou expertos de todo o abano político sobre as suas teorias: que está a motivar a decisom do presidente número 45 dos Estados Unidos?

1. A teoria de que Trump age como um presidente firme.
Middle East Eye dirigiu-se a Benny Avni, um pró-israeli partidário da linha dura, colunista do New York Posto. Na benevolente interpretaçom de Avni, Trump vem finalmente a acreditar no que a opiniom pública americana realmente quer, e que os legisladores desdenhárom há 22 anos.
O Congresso aprovou umha lei em 1995 que demandava a embaixada ser deslocada para Jerusalém. Para ser mantida em Tel Aviv, o seu empraçamento actual, os presidentes devem assinar renúncias cada seis meses, como o próprio Trump fijo no passado Junho, e estava na obriga de fazer neste mês.

“A lei estadounidense obriga a mover a embaixada para Jerusalém”, declarou Avni a este meio; umha morea de presidentes americanos, depois de prometerem durante as suas campanhas eleitorais, adiavam a decisom cada seis meses”.

Jerusalém, ou ao menos a parte occidental da cidade, tem sido a sede das instituiçons de governo israelis, e Washington e outras potências deixárom passar tempo em excesso para enviarem os seus representantes lá”, diz Avni.

Avni pom em causa os resultados do inquérito de Brookings. “O verdadeiro inquérito foi o resultado das eleiçons presidenciais”, dixo. Os americanos elegêrom com claridade legisladores que apoiam Israel militar e diplomaticamente.

Ainda há cousas que ficam sem esclarecer. Enquanto se produz o anúncio de Trump na Quinta, altos oficiais de Estados Unidos manifestárom que ele provavelmente ainda adiará a execuçom da mudança durante mais seis meses.

2. A teoria de que Trump está a dizer o que os seus seareiros querem ouvir.

Shibley Telhami, o especialista que impulsionou o inquérito de Brooking, é fiel às cifras. Mentres os seus dados mostram que os democratas rejeitam abrumadoramente o deslocamento da embaixada, e que os republicanos estám divididos pola metade sobre o assunto, Trump poderia estar dirigindo-se a umha audiência eleitoral ainda mais pequena.
Entre os cristaos evangelistas, um dos sectores mais devotos em favor de Trump de todo o eleitorado, 53% apoiam o deslocamento da embaixada, mentres que o 40% se oponhem ao mesmo, diz Telhami.

Há ainda outros siareiros a considerarmos. Em Março de 2016, Trump prometera ao Comité de Assuntos Públicos Israeli-Americano, um poderoso lobby, que ele ia mover a embaixada norteamericana “à capital eterna do povo judeu, Jerusalém”.

Isto tem o seu correlato económico. O magnate do jogo das Vegas, Sheldon Adelson, que fixera umha doaçom múlti-milhonária à caixa eleitoral de Trump, está supostamente frustrado pola falta de políticas pró-israelitas da Casa Branca.

No final do dia, estes grupos de interesse minoritários quiçá nom questionem demasiado Trump, acrescenta Telhami. “Ninguém se vai jogar o pescoço politicamente”, diz a Middle East Eye; “quem se vai arredar de Trump no curto prazo por esta questom? Ninguém.”

3. A teoria de que Trump está a forçar os palestinianos.
Trump poderia nom ser o primeiro presidente norteamericano a procurar a associaçom do seu nome com um avanço das relaçons entre palestinianos e israelis -o santo graal dos acordos de paz foi peseguido por Bill Clinton, Jimmy Carter e outros precursores.

A técnica de negociaçom de Trump -como evidencia a sua aproximaçom aos acordos comerciais e os seus passdos negócios privados- conleva movimentos agressivos que dem mais umha volta de porca ao adversário, para assim ganhar terreno e rematar em termos favoráveis.

Nesse senso, a relocaçom da embaixada -junto com os movimentos para curtar o financiamento das Naçons Unidas à Palestina e para fechar a sede da OLP em Washington- poderia ser umha tentativa de pressionar o presidente Mahmoud Abbas.

Segundo Josh Ruebner, um analista da Campanha Norteamericana polos Direitos Palestinianos, o anúncio poderia ser “parte dumha posiçom de ameaça e pressom contra palestinianos, para estes aceitarem um acordo em condiçons de fraqueza”; acordo que viria à tona com a proposta de paz de Trump no ano vindouro.

4. A teoria de que Trump está mal aconselhado e enganado.
A interpretaçom menos favorável da medida de Trump é a que sustém que nom provém dumha estratégia convincente em absoluto; e que dirigentes como o afilhado de Trump, Jared Kushner, o embaixador Jason Greenblatt e outros homens de referência no Oriente Meio estám irremisivelmente vencelhados a Israel.

Estes responsáveis tenhem “umha inexperiência sem precedentes, vivem numha borbulha” e levam Trump por um vieiro perigoso, diz Telhami. Trump quiçá quigera acadar um acordo de paz, mas agora semelha que isto é-lhe grande demais e ele procura umha saída.

O deslocamento da embaixada acenderá os árabes e forçará Abbas para se retirar da mesa de negociaçons. “A equipa de Trump deu-se de conta de o acordo do século nom ser realizável, e entom é melhor culpar alguém do que culparem-se eles mesmos”, diz Telhami.

Para Ruebner, a realidade é ainda mais sombria. Kushnerr, Greenblatt e os seus amigotes no gabinete israeli de Benjamin Netanyahu nunca planejárom oferecer aos palestinianos um acordo realista.

“Apesar de defenderem de cara a fora a soluçom dos dous Estados, todos eles estám comprometidos com Israel, e retenhem o controlo sobre o 100% da Palestina histórica, sem reconhecerem nem direitos nacionais nem direitos humanos para o povo palestiniano, manifestou Ruebner a Middle East Eye.