Por Antia Seoane /
Se na passada semana informávamos que a Sociedade Galega de História Natural vinha de desautorizar o projeto da mina de Sam Rafael, nos concelhos de Touro e O Pino, que junto com a vizinhança apresentavam mais de 500 alegaçons contra um projeto mineiro que tornaria inabitável a contorna da exploraçom devido à extraçom de mais de 100 milhons de metros cúbicos de materiais, (o que iria provocar a poluiçom por metais pesados das augas superficiais e subterráneas, além da destruçom de património cultural), hoje damos conta de que a Fiscalia de Medio Ambiente vem de denunciar a mina de Sam Fins, situada no concelho de Lousame.
Umha mina histórica
A mina tem os seus inicios a finais do século XIX, quando um burguês británico conseguiu a concessom mineira para a extraçom de estanho. A exploraçom foi concedida a nome da sociedade The San Finx Tin Mines Limited que explotou a mina até a década de 1930, e trás passar por maos de diferentes proprietários británicos, com a vitória do bando fascista na guerra civil e graças às novas leis do regime (leis que obrigavam que as exploraçons mineiras tivessem um mínimo do 60 % de titularidade, geréncia e capital espanhol) a concessom da mina pasa a maos de Industrias Gallegas, S.A., rama industrial do Banco Pastor, criada naquelas datas.
Desde entom, e devido á alta procura de wolfrámio para a fabricaçom de armas, com motivo da segunda guerra mundial, também se comezou a extrair este metal ademais do estanho. O acordo asinado entre Franco e Hitler em Hendaia, para a subministraçom do wolfrámio para a industria metalúrgica alemá, provoucou umha grande actividade mineira na zona e a chegada de gente que acudia a trabalhar legalmente na mina mas também a chegada dos mineiros “livres” que trabalhavam a nivel superficial na zona livre, aquelas que estavam excluidas da concessom mineira e que posteriormente vendiam o metal de estraperlo. Com a finalizaçom da contenda mundial, a demanda e o preço do wolfrámio caiu em picado e pouco a pouco foi diminuindo a sua actividade até o peche da mina na década dos 80.
Nova abertura
Logo de anos de inactividade, no ano 2015 a empresa de nova criaçom Tungsten San Finx, S.L., propiedade de Valoriza Minería, S.L. com sede em Madrid e pertencente ao grupo empresarial Sacyr, obtivo os direitos mineiros para a reapertura da exploraçom. Como sempre acontece nestes casos, a empresa vem coa promessa da criaçom de numerosos novos postos de trabalho e prosperidade para a comarca. Neste caso, a empresa, após um investimento de mais de 10 milhons de euros, promete a criaçom de 60 empregos directos e mais de 240 indirectos.
Demanda por poluiçom meio ambiental
Umha vez reiniciada a actividade mineira, a asociaçom ecologista ADEGA informava nos finais do passado ano, que a empresa vinha de solicitar permisso ao organismo Augas de Galicia para a vertedura de mais dum milhom de metros cúbicos de augas residuais ao domínio público hidráulico, além de publicar dados sobre as verteduras ilegais que a exploraçom mineira realizava desde a sua reabertura.
As águas residuais mineiras, com alta acidez e elevados contidos de metais pesados, som vertidos ao rego de Sam Fins, que deságua no rio Vilacoba, e este finalmente deságua na ria de Noia. Segundo os dados que obram em Augas de Galicia, em mostras recolhidas 1.500 metros augas abaixo do punto de vertedura, os niveis de Cádmio, Cobre e Zinco superam os límites establecidos nas Normas de Qualidade Ambiental. Ante este dados, membros de ADEGA recolhêrom mostras nas próprias instalaçom da mina, dos que se obtivérom resultados mais alarmantes, com níveis quase 30 vezes superiores aos permitidos. Em definitiva, três metais pesados, um deles muito perigoso e de interesse prioritário (o Cádmio) e dous muito perigosos (o Cobre e o Zinco) poluem as águas continentais, e cumpre lembrar que os metais pesados som bioacumulativos e tendem a concentrar-se nos seres vivos ao largo da cadea trófica, com todo o que isto implica; sem esquecermos que a ria de Noia é um grande banco marisqueiro do que dependem economicamente centos de familias da comarca.
A raiz de verteduras acontecidas no mês de Janeiro, que provocárom que as augas do rego de Sam Fins se tinguisem de cor laranja intenso, Augas de Galicia volveu realizar novas análises que confirmárom os resultados denunciados pola organizaçom ecologista.
Trás estes antecedentes a própria Fiscalia de médio ambiente denunciou nos julgados as graves irregularidades que poderiam significar diferentes delitos contra o méio ambiente recolhidos nos artigos 325 e seguintes do Código Penal, punidos com penas de dous a cinco anos de prisom. Entre os indícios de delito atopados pola fiscalia atopa-se a ausência dum estudo de impacto ambiental, de presentaçom obrigada neste tipo de exploraçons, a vertedura de augas residuais sem autorizaçom e com altas concentraçons de metais pesados ou a elusom de toda responsabilidade polo estado das balsas mineiras em questionável estado de conservaçom, com centos de toneladas de lodos tóxicos, e que correm grave risco de derrubamento, como já acontecera nos anos 50. A fiscalia insta ao julgado a investigar se todos estes feitos fôrom tolerados ou autorizados pola Junta.
Como é habitual, mentres as grandes industrias extrativas, em maos de grandes grupos empresariais estrangeiros, ocupam e poluem o território, destroem o património cultural e arruinam os setores produtivos tradicionais, as administraçons locais consentem e mesmo alentam estes excesos, e sempre baixo o discurso do progresso.