Por José Manuel Lopes Gomes /

Entre as múltiplas acusaçons lançadas contra o florestalismo do PP na última vaga incendiária, apontou-se a existência dumha ‘economia do lume’ que sostém redes clientelares através dos serviços de extinçom. Um mês depois daqueles dias negros, o Julgado de instruçom número 3 de Compostela vem de chamar como imputados (agora eufemisticamente ‘investigados’) três altos cargos de confiança do PP. Procura-se esclarecer se nos contratos de adjudicaçom de helicópteros ánti-incêndios de Iner mediárom os interesses sujos do lucro e do amiguismo.

A concessom deste serviço entre os anos 2011 e 2013 está baixo suspeita. Como também baixo suspeita está Tomás Fernández-Couto, diretor geral de Ordenaçom Florestal. Por outras palavras, um dos grandes responsáveis polo marasmo em que se topam os montes galegos.
Junto a Fernández, estám imputados V.P.P. e J.C.L.; o primeiro deles, secretário geral técnico de Meio Rural; o segundo, o subdiretor geral de Prevençom e Defesa contra os Incêndios.

Iniciativa sindical.
Embora a fiscalia leva esta denúncia, já fora a central nacionalista CIG quem levara pola primeira vez este assunto aos tribunais: exatamente em 2012, assinalando que o contrato de adjudicaçom -superior aos 6 milhons de euros- se executara ‘a dedo’. A beneficiária ia ser a empresa Inaer.

Conhecida da polícia e do PP.
Como diz a gíria policial da que gosta a empresa do sistema, Inaer e os seus responsáveis eram ‘velhos conhecidos das forças da orde’. Esta empresa, sediada em Alacant, mudou recentemente o seu nome polo da sua matriz británica, Blabcock. A transformaçom nom é alheia às relaçons privilegiadas com o PP nem ao uso fraudulento de fundos públicos: há um ano e médio, a sua sede central em Mutxamel fora registada por concessons a dedo da Generalitat valenciana, quando esta estava em maos da extrema direita.

O cámbio de nome deve-se portanto ao escándalo relacionado com as adjudicaçons fraudulentas de contratos de extinçom de incêndios. Naquela operaçom fora detido, e posteriormente processado, o ex delegado do governo no País Valenciano, e também conselheiro do PP, Serafín Castellano. Caira numha rusga contra vinte pessoas, acusadas de sosterem a chamada ‘trama do lume’ em várias zonas do Estado.

Justiça e respeito, só para alguns.
Nom há casualidades no mundo da corrupçom e alta política: no mesmo dia em que transcendia a investigaçom dos dirigentes do PP galego, a imprensa empresarial publicava num espaço secundário esta notícia, respeitando escrupulosamente a intimidade e integridade de dous dos imputados, citando apenas as suas iniciais, e omitindo qualquer alusom à trama valenciana.

E desde que na delinquência ‘também há classes’, neste mesmo dia saía em liberdade provisória Ignacio González, também ligado a tramas político-económicas destinadas a roubar recursos públicos. O político profissional madrileno que enfrenta umha petiçom fiscal de vinte anos de prisom. Tal medida de graça é impensável no caso de qualquer dos chamados ‘delinquentes sociais’, e nem se pode imaginar no caso dum militante revolucionário.

Se ao Reino de Espanha lhe restava ainda um bocado de maquilhagem, vai-no perdendo aceleradamente nestes últimos meses.