Por Jorge Paços /

Amanhá, a Audiência Nacional acolherá mais um juízo político contra um cidadao galego. B.V. R. sentará-se no banco baixo a acusaçom de ter oferecido um andar à militante Maria Osório em 2014, quando esta se topava em ‘busca e captura’ polo seu compromisso independentista. O juízo engrossa umha longa sucessom de medidas preventivas e punitivas contra pessoas sem nenhumha relaçom, nem direta nem indireta, com estruturas ilegais. O tribunal de exceçom espanhol centra cada vez mais a sua pressom contra feitos que nem se consideravam delito poucos anos atrás.

B.V. afronta umha petiçom de sete anos de cadeia por ‘colaboraçom com banda armada’, e está nestes momentos em liberdade provisória. O seu é um caso entre os centos que se tenhem dado no Reino de Espanha nos últimos anos.

À caça da opiniom.
Longe do seu velho papel de dura perseguidora de organizaçons armadas revolucionárias, A Audiência Nacional especializa-se na puniçom de delitos que resultariam caricaturescos, de nom ser por falarmos de vidas humanas e do direito à liberdade. Era este mesmo tribunal o que há umha semana decidia o ingresso na prisom de Basauri de Alfredo Remírez. O cidadao basco incumprira a lei há doze anos. O motivo: exibir um boneco de cartom em solidariedade com os presos da sua vila. Neste ano, volve ser julgado e condenado, apenas por publicar a sua opiniom em Twiter. Por ser considerado reincidente, a Audiência Nacional decidiu o seu encarceramento por um ano e médio.

A arte no banco dos acusados.
No passado 2 de Novembro -dia em que a juíza Lamela encarcerava nove governantes cataláns-, a seçom 4ª deste tribunal julgava doze integrantes do grupo ‘La Insurgencia’ (vários deles galegos). O grupo, com mais de 300 vídeos em youtube e até 3300 seareiros e seareiras, enfrenta petiçons de prisom individual de dous anos e um dia (com o objectivo de entrarem na cadeia ainda sem terem antecedentes) e umha multa de quase 5000 euros.

O delito? Polas próprias palavras do grupo, ‘pular polo internacionalismo, espalhar e expandir a cultura revolucionária e elevar o nível de consciência das massas trabalhadoras’. Tais propósitos plasmárom-se em letras de denúncia da monarquia e a esquerda reformista, de desmascaramento do terrorismo de Estado, e de reconhecimento da legitimidade de formas de luita revolucionária alegal ou ilegal.

A fiscalia entende o poder conscienciador de tais letras, desde que propom -além da puniçom citada acima- apagá-las do seu canle de youtube.

Impunidade ultra.
Os abusos judiciais assentam a absoluta blindagem à crítica real de instituiçons como a monarquia, os corpos repressivos ou o exército, enquanto garantem o ‘todo vale’ que guia a ultradireita na hora de emitir opiniom. Nom há muitas semanas, um representante da Fundaçom ‘Francisco Franco’ manifestava sem corar -e sem medo a repressálias- que o ditador ‘nom matara por capricho’.