Por Jorge Paços /

A crise catalá tem acadado estatuto europeu e condiciona, portanto, as demandas de todas as naçons sem Estado que ocupam esta parte do globo. Mas nom só os povos se mexem, também o fam as elites. Ante o esgotamento manifesto do quadro jurídico-espanhol, umha nova Constituiçom assoma no horizonte. Grandes partidos espanhóis preparam a jogada e os seus apoios europeus secundam o desenho.

Ninguém confirma oficialmente que Carles Puigdemont recebera umha chamada de qualificados líderes europeus para nom declarar a independência; mas existir ou nom esta chamada, a pressom da UE resulta mais que evidente, e tenta dissuadir o setor mais acomodatício da burguesia catalá para dilatar o processo numha inconclusa ‘independência prorrogada’.

Bruxelas e Alemanha.
Nom existem acasos na alta política, e por isso, quando o governo de Rajoy anunciava a possível aplicaçom do 155 se a Generalitat nom retificar a sua proclamaçom da República, o vicepresidente da Comissom Europeia saltava ao cenário em Bruxelas. De Bruxelas, o letom Vladis Dombrovskis nom deixou lugar à ambiguidade: ‘respeito à Constituiçom, confiança na instituiçons espanholas, contato permanente de Jean-Claude Juncker com Mariano Rajoy.’ Assi pode resumir-se a sua intervençom, que de maneira clara nega a possibilidade do debate bilateral entre dous estados -o Reino de Espanha e a República catalá. E se em dias prévios os seus colegas advertiram Rajoy contra o uso da força -amedonhados pola predisposiçom à violência da direita espanhola-, desta volta nom houvo nenhum sinal nesse sentido, nem velado.

Idênticas vozes venhem dum dos Estados mais poderosos da UE, Alemanha. O seu ministro de Assuntos Estrangeiros publicou um comunicado riscando como irresponsável ‘qualquer declaraçom unilateral de independência’. O ministro alemao também pujo em causa a legitimidade arredista desde que, segundo as suas palavras, ‘a populaçom catalá está dividida sobre o tema’.

Um PSOE obediente.
Se na populaçom catalá se multiplicam as dúvidas sobre a afouteza da direita autóctone na hora de levar o processo a termo, menos incógnitas há que despexar quanto ao papel da direita moderada espanhola. O PSOE, por boca do seu secretário geral, já manifestou o apoio à aplicaçom do 155 -’em caso de ser preciso’- e animou a acometer a reforma constitucional. Umha reforma que manteria o reconhecimento nominal de ‘naçons’ ou ‘nacionalidades’, mas deixaria incólume a soberania espanhola.

Espanholismo à solta na Galiza.
O pánico ao avanço catalám fijo acender na Galiza setores do espanholismo ultra habitualmente adormecidos, e que fôrom aguilhoados pola imprensa empresarial para porem na rua as suas bandeiras e proclamas contrárias ao direito a decidir. Embora nom manifestárom o poder mobilizador que mostrou o nacionalismo galego, si se perfilárom como um grupo de pressom importante à hora do nom reconhecimento da Galiza num futuro ordenamento constitucional. A ameaça dum processo recentralizador nom é portanto nenhuma fiçom em anos vindouros.

 

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