Por Marcos Garrido/

A “fuga de grandes empresas” de Catalunha, numha operaçom política coordenada contra o processo independentista, deixou às claras nos últimos dias a intimidade entre o poder político espanhol e as corporaçons capitalistas. A influência destas últimas na economia de um país e na subsistência dos seus habitantes outorga-lhes um poder que lamina qualquer tomada de decisons democrática. Como resposta, umha campanha está a promover um sistema cooperativo que forneça de soluçons éticas e populares aos principais serviços dos monopólios. Nom se trata já só de preocupaçons éticas, senom de fortalecer o poder político dos povos.

As cooperativas da economia social existem desde há anos, mas ainda nom conseguírom ganhar-se um espaço maioritário no mercado. Possivelmente o seu crescimento está condicionado a que as corporaçons empresariais som percebidas por grande parte da populaçom como entidades neutrais, ou como maus necessários. Agora, ao menos em Catalunha, a sua cumplicidade com o inimigo espanhol é absolutamente evidente, e por tanto a dependência da populaçom a respeito deles torna-se umha debilidade mui perigosa. Das CUP já se começou umha campanha para dar-se de baixa como clientes destas empresas e unir-se à economia social.

Economia social e solidária

Na Mostra dos Possível, celebrada este passado fim-de-semana em Cangas do Morraço, participárom várias cooperativas deste tipo, conjuntamente com outros movimentos sociais mais ativistas, meios de comunicaçom, agricultores ecológicos, etc. Entre outros, apresentárom-se as seguintes cooperativas com base galega ou com núcleos galegos.

Nas finanças, o projeto mais acabado é o de Fiare, banco europeu que conta com um Grupo de Iniciativa Territorial galego. É um banco ético, cooperativo, ao serviço dos movimentos sociais e da economia solidária. Desde há um ano conseguiu os permissos necessários para prestar toda a operativa bancária habitual, incluindo a domiciliaçom de recibos, as transferências, cartons de crédito, etc. Umha alternativa perfeitamente funcional ao sistema financeiro, na que se pode participar tanto como ativista e membro de pleno direito, como simplesmente como cliente. Nom há excusas para manter a relaçom com entidades inimigas como ABanca, La Caixa, etc.

Ainda que nom estavam presentes na mostra, na Galiza existem outras duas alternativas bancárias mais ou menos éticas, como som a Caixa Rural Galega e Tríodos Bank.

Na energia, na Mostra do Possível participou a Sociedade Cooperativa Galega “Nosa Enerxía”, que comercializa energia elétrica para famílias e pequenas empresas. Devido às últimas mudanças legislativas no mercado energético tornou-se possível que cooperativas pequenas concorram com os monopólios no fornecimento às casas, fenda que se aproveitou desde esta cooperativa social para permitir-nos abandonar a relaçom com Gas Natural Fenosa, Iberdrola, etc. Para torna-se sócio de Nosa Enerxía nom se precisam obras na instalaçom, nem troco de contadores, nem sequera a visita de um técnico. Todo se tramita online, cobrindo um simples formulário. Apartir do qual passaremos a pagar os recibos a esta cooperativa galega, em vez de a Fenosa.

Finalmente, para a telefonia e internet nom existe ainda nengumha soluçom galega, mas sim umha catalana que podemos apoiar como clientes. Chama-se “Som connexió” e fornece de linhas telefónicas fixas, móveis (com dados) e internet ADSL, a umhas tarifas similares às dos monopólios.