Por Jorge Paços /
Em dias prévios ao 1 de Outubro, parte da imprensa catalá perguntava-se ironicamente como as forças policiais espanholas freariam a maré humana que ia acodir à votaçom; desmentindo as vozes mais confiadas, os destacamentos aparecêrom e intervírom. E se bem a sua escasseza numérica nom deu freado o exercício democrático, os paus, os insultos e as aldragens pugérom mais umha vez de destaque quem e como se manda no Estado espanhol. Os nomes próprios dos responsáveis dim mais do que parece.
O coronel Diego Pérez de los Cobos y Molina, nado em Jaén em 1964, é irmao do anterior presidente do Tribunal Constitucional, organismo que curtou a proposta de Estatut elaborado polo parlamento de Catalunha, e cuja limitaçom é origem da vaga independentista que vivemos.
Rajoy encarregou-lhe a difícil tarefa de coordenar umha mesa de corpos policiais parcialmente ingovernável, dada a passividade dos Mossos. Mas a fraqueza nom foi obstáculo para que a guarda civil e a polícia nacional se aplicaram como melhor sabem: com nula capacidade de diálogo. A intervençom preocupou, polo seu carácter indiscriminado, mesmo a dirigentes destacados da direita europeia, a um tempo que suscitava o aplauso do conjunto da imprensa empresarial espanhola. O tertuliano Xosé Luis Barreiro Rivas parabenizava na passada Segunda essa nova ‘armada invencível’, que segundo ele, deixou alta a honra do Estado lá onde o executivo nom tivo capacidade política.
Um defensor da Constituiçom a prol de Tejero.
De los Cobos é filho dum candidato de Fuerza Nueva, e com acçons demonstrou seguir lealmente a linha familiar. Durante o golpe de Estado de Tejero compareceu no quartelilho de Yecla vestido com a camisa azul da Falange, oferecendo-se a secundar a perseguiçom de esquerdistas e nacionalistas que se argalhava naqueles dias.
Processado por torturas.
Na altura era fime partidário do ‘Nom’ à Constituiçom e, paradoxalmente, entregou-se com sanha a defendê-la. Exerceu no País Basco nas épocas duras da luita armada, e foi julgado por torturas ao militante Kepa Urra, hospitalizado trás a sua detençom. De los Cobos livrou da condena, e três dos seus companheiros fôrom penados com até doze anos de cadeia. Em 1999 o governo do PP aprova o indulto aos torturadores, gesto habitual com que o poder paga os seus servidores.
De los Cobos foi também mao direita de Rubalcaba na etapa em que este dirigia o Ministério de Interior. A sua continuidade entre governos e a sua gestom da situaçom catalá tem-lhe merecido dos sectores mais ultras da guarda civil.
Na atualidade dirige o Gabinete de Coordenaçom e Estudos da Secretaria de Estado de Segurança, e responsabiliza-se, entre outras tarefas, da elaboraçom de identidades duplas de agentes infiltrados. Prova viva que geraçons interruptas de franquistas sucedem-se nos mais altos labores de inteligência e anti-subversom,